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25/07/2009

CORPO ESPIRITUAL

Ah! Ah! Tu entraste no círculo da vida! Perde toda a esperança: sairás
da aparência actual da tua vida, mas jamais escaparás à vida!
Han Ryner

Desde há muito tempo que se discute sobre as relações entre o cérebro e o espírito: não é o segundo senão um produto do primeiro, como o glicógeno do fígado, ou o gás de iluminação do carvão? O espírito será apenas uma espécie de secreção dos neurónios do nosso cérebro? Uma secreção que não seria nem sólida, nem líquida, nem sequer gasosa, assim como não é visível, audível, palpável. Seria de preferência uma variante do influxo nervoso, uma espécie de corrente eléctrica, visto que os cefalogramas o registam e indicam as suas variações no mostrador luminoso.
É esta a tese materialista. Quanto à antítese espiritualista e espírita, não dão uma concepção única do problema: subdivide-se pelo menos em duas maneiras de ver. Uma — por exemplo, a do cristianismo— distingue o corpo da alma; o cérebro faz parte do corpo material e mortal, a alma é imaterial e imortal. Para a outra, que é a ex¬pressão, tanto da velha índia britânica como dos espíritas existem três elementos: o corpo material, a alma imaterial e o espírito semimaterial, que tem ainda muitos outros nomes, desde o ka dos antigos Egípcios, até ao perispírito de Allan Kardec, passando pelo corpo astral e corpo espiritual.
Esse espírito, que é, de certo modo, a terceira metamorfose da trindade ,corpo alma e espírito, que é o Homem, faz precisamente deste uma espécie de compensação harmoniosa da Trindade cristã, tal como na Tri-múrti da religião bramânica. A Igreja primitiva admitia essa divisão do homem em três elementos, e basta-nos citar S. Paulo, que disse na sua Primeira Epístola aos Tessalónicos: «Que todo o vosso ser, o espírito, a alma e o corpo...» Depois esse espírito desapareceu aos olhos da Igreja, reduzindo assim o ser humano à simples dualidade que não deixa de nos fazer pensar na do maniqueísmo (corpo mau e alma boa.
O corpo espiritual — os Soviéticos preferem chamar-lhe corpo bioplásmico ou energético, para não se confundirem com os cientistas «burgueses» — é um pouco material, visto que, entre outras qualidades, é visível: é a «aura» vista por alguns raros privilegiados, médium vidente, que é registada pela película fotográfica utilizada em certas condições. A matéria é das mais ténues: permite-lhe tomar, como rota, os espaços vazios entre os átomos — a matéria é feita de mais vazio do que de cheio — para ir não importa onde, e transpor igualmente os espaços interplanetário e mesmo interestelar. O corpo espiritual pode partir à descoberta do universo, muito longe do corpo material, ao qual permanece ligado por um fio muito fino e muito extensivo, «cordão umbilical», durante a duração da nossa vida na Terra.
É o corpo espiritual, o chamado Espírito, que dá lugar às manifestações, todas mais extraordinárias umas do que as outras, que constituem o domínio da ciência parapsicológica.

10/07/2009

Fluído Vital

O fluido vital, também chamado de princípio vital, é uma forma modificada do fluido cósmico universal. Ele é o elemento básico da vida.
Vida aqui considerada no sentido atribuído pela ciência, que se caracteriza pelos fenómenos do nascimento, crescimento, reprodução e morte. Observe que nessa categoria, não se incluem os Espíritos, já que estes não satisfazem, pelo menos, nas duas últimas condições - reprodução e morte. Em Gabriel Delanne (A Evolução Anímica) vamos encontrar e: “a alma não é vivente”, porque tem “ existência integral”.

Na “A Génese”, Allan Kardec assegura que “pela morte, o princípio vital se extingue”. De facto é a existência, ou não, de fluido vital que distingue um corpo vivo de outro sem vida. A diferença entre uma árvore viva e um pedaço de madeira é justamente a presença do fluido vital na primeira e sua ausência na segunda.

Apesar de já contarmos, ao nascer, com uma certa quantidade de fluido vital, o nosso corpo precisa ser constantemente alimentado deste fluido, na razão da sua constante utilização, principalmente nos processos ligados ao metabolismo. É, contudo, característica dos seres vivos a capacidade de produzir fluido vital, continuamente, a partir do fluido cósmico universal, como também a capacidade de absorvê-lo directamente, a partir dos próprios alimentos. Uma outra possibilidade de absorção do fluido vital é através da transfusão fluídica. Allan Kardec refere claramente essa possibilidade quando afirma que: “O fluido vital transmite-se de um indivíduo a outro”. É justamente essa propriedade, característica do fluido vital, um dos fundamentos em que se baseia o passe.

No mesmo capítulo da obra de Kardec citada acima encontramos ainda a informação: “A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos da mesma espécie.” Realmente, na infância, a capacidade de processar o fluido cósmico para a produção do fluido vital é muito acentuada. Essa capacidade se mantém mais ou menos inalterada durante a juventude, mas a partir de certa idade ela torna-se bastante reduzida, facto este que leva a uma diminuição progressiva da vitalidade do indivíduo, levando ao envelhecimento geral do organismo. A morte natural ocorre quanto o organismo perde a capacidade de produzir e reter uma certa quantidade mínima de fluido vital. A morte acidental ocorre quando uma lesão mais séria no corpo físico provoca uma taxa de escoamento desse fluido em quantidades superiores à sua capacidade de produção.

Os seres do mundo espiritual, por não possuírem fluido vital, é que necessitam do nosso, como indispensável, para muitas das tarefas assistenciais a que se propõem. (Luiz Carlos Gurgel - Obra: O Passe Espírita.